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Prêmio ABEX 2024

Aprendizagens que Impactam

Conheça os 12 trabalhos finalistas desenvolvidos por professores e alunos da Unochapecó, divididos nas quatro áreas temáticas:

Impacto Ambiental

Impacto Educacional

Impacto Social

Inovação em Produtos

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*Disponível até 30/01/2025

ÁREA TEMÁTICA: IMPACTO AMBIENTAL
Valorização da borra de café: aplicação em filmes comestíveis para aumentar a conservação de frutas
Eletrocoagulação para polimento de efluentes: redução de poluentes em parceria com indústria de biotecnologia
Reaproveitamento de lodo industrial: avaliação de biossólidos para uso sustentável em solos agrícolas
ÁREA TEMÁTICA: IMPACTO NA EDUCAÇÃO
Alfabetizando memórias: um olhar global sobre histórias locais
Residência Rural: experiência prática no meio agrícola
Desenvolvimento de materiais educativos: nutrição materno-infantil em Centros de Educação Infantil Municipais
ÁREA TEMÁTICA: IMPACTO SOCIAL
Inclusão digital em comunidades: formação prática com alunos da Unochapecó
Outubro Rosa: capacitação para a saúde da mulher em comunidades vulneráveis
Horto Medicinal no CASE/Chapecó: ressocialização e educação
ÁREA TEMÁTICA: INOVAÇÃO EM PRODUTOS
Desenvolvimento de protótipos farmacotécnicos para o tratamento de mucosite em pacientes oncológicos
O potencial da biodiversidade regional no desenvolvimento de fitocosméticos sustentáveis
Cogumelos Shimeji em conserva: uma solução eficiente para aumentar a rentabilidade e reduzir perdas

ÁREA TEMÁTICA:

IMPACTO EDUCACIONAL

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Alfabetizando memórias: um olhar global sobre histórias locais

"Alfabetizando Memórias" é um vídeo produzido por estudantes de Relações Internacionais, narrando as experiências de adultos e idosos em fase de alfabetização na EJA. Com uma abordagem sensível, o projeto valoriza as vozes e histórias dos participantes, trazendo à luz desafios e superações dessa jornada educativa.

Autora: Angélica Luersen

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    ALFABETIZANDO MEMÓRIAS: UM OLHAR GLOBAL SOBRE HISTÓRIAS LOCAIS 

    Introdução: "Alfabetizando Memórias" é um vídeo participativo produzido na ABEx III Mundi: Trabalho Comunitário e Extensão Social, pelos acadêmicos do terceiro período de Relações Internacionais (RI). A experiência de adultos e idosos em fase de alfabetização foi o tema escolhido e o público alvo foram estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da EBM Paulo Freire, de Chapecó. A dinâmica desse tipo de vídeo, cuja metodologia é utilizada pela Cruz Vermelha Internacional e pela Organização das Nações Unidas (ONU), envolve a participação direta do público alvo, para que elas passem a ter lugar de fala sobre suas vivências. Além disso, os adultos e idosos participantes passaram por um processo de autoconhecimento e reflexão sobre a alfabetização num tempo 'não convencional'.

     

    Metodologia: O primeiro ponto desenvolvido foi a seleção de temas para a metodologia proposta. Aqui os estudantes foram protagonistas no estudo aprofundado de temáticas globais e locais. A escolha do tema foi unânime. Após, foram organizados núcleos com distintas funções, sendo elas: facilitadores, produção executiva, mostra (evento final), observadores, making-of, pós-produção e montagem. Como etapa seguinte, cada núcleo foi responsável pelo planejamento das ações, definição do cronograma e execução das etapas previstas. Os estudantes participaram de oficinas de capacitação de audiovisual para domínio do processo e técnicas. Foram, portanto, protagonistas das oficinas, nas quais os relatos de vida dos personagens foram gravados. Na Escola, os adultos e idosos participantes também se tornaram protagonistas das próprias narrativas. Ao final das gravações, a decupagem e a montagem deram vida ao produto entregue e apresentado à comunidade escolar. No encontro final, todo o processo foi avaliado, validado e dialogado sobre a proposta e a temática.

     

    Resultados e discussão: Como resultado do processo, o vídeo 'Alfabetizando Memórias' narra numa linguagem simples e direta a vivência, os desafios e a história de cada um dos personagens. A narrativa ora se intersecciona e cria conexões e aproximações com outros públicos e realidades, interpelando o público. Foram realizadas cinco oficinas. O processo de montagem e edição do vídeo também foi realizado pelos estudantes, e cada etapa foi compartilhada com os personagens através dos facilitadores, para que os entrevistados pudessem opinar, e, assim, retirar, editar ou regravar seus depoimentos, deixando o vídeo o mais próximo das narrativas de vida dos adultos e idosos. O evento de exibição do vídeo final foi planejado de modo a contemplar a comunidade escolar, participantes, autoridades e familiares e aconteceu nas dependências da escola. Participaram representantes da Secretaria Municipal de Educação e da Câmara de Vereadores. Diversos foram os relatos compartilhados sobre a importância do produto entregue, sobretudo pela potência dos dizeres que, muitas vezes, são invisibilizados socialmente.

     

    Conclusão: A avaliação é absolutamente positiva sob duas perspectivas. A primeira se dá pela inserção dos acadêmicos na experiência de viver a extensão universitária, além de desenvolver habilidades de relacionamento, de organização, domínio de técnicas de captação de áudio e vídeo, de entrevista, bem como de relacionamento com diferentes públicos, para além dos muros da Unochapecó. Da mesma forma, acompanhar o desenvolvimento de um olhar mais sensível e empático a partir do compartilhamento de experiências de vida dos personagens faz ter a certeza que o objeto empregado por meio de uma metodologia não convencional pode ser absolutamente transformador. O segundo ponto é que o impacto social do vídeo, fortalecendo a EJA como um espaço de formação de relevância, contribui tanto para a divulgação da pauta da educação de jovens e adultos como também, numa perspectiva social, trata deste assunto com uma abordagem incomum e sensível. Histórias de pessoas que foram, muitas vezes, invisibilizadas e que estão à margem se tornam potências quando compartilhadas.

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Residência Rural: experiência prática no meio agrícola

O projeto "Residência Rural I" proporciona aos acadêmicos de Agronomia da UNOCHAPECÓ uma imersão de sete dias em propriedades familiares. Durante a experiência, os estudantes participam ativamente do cotidiano rural, aplicam conhecimentos teóricos na prática e desenvolvem projetos de melhorias produtivas para as famílias, fortalecendo a conexão entre o meio acadêmico e a comunidade local.

Autores: Fábio José Busnello, Gelso Marchioro e Thalita Cardoso Anastácio.

  • APRENDIZAGEM BASEADA EM EXPERIÊNCIAS IV: RESIDÊNCIA RURAL I 

    Introdução: A disciplina ABEx IV: Residência Rural I, do curso de Agronomia da UNOCHAPECÓ, foi realizada em 2023 com os acadêmicos do 5º semestre, no município de Palmitos/SC. Este componente curricular oferece aos estudantes a oportunidade de vivenciar por sete dias, na prática, o cotidiano do meio rural em propriedades familiares produtivas e rentáveis, engrandecendo o desenvolvimento pessoal e profissional dos mesmos. Durante a residência, os discentes, em colaboração com as famílias locais, analisam aspectos tecnológicos e socioambientais das propriedades rurais, culminando na elaboração de um pré-projeto de melhoria produtiva que é oferecido à família ao final da estadia. Esse processo reforça a integração entre teoria e prática na experiência real, aproximando a comunidade rural do meio acadêmico.

     

    Metodologia: A metodologia adotada neste trabalho baseia-se em um estudo de caso, o que possibilita uma análise detalhada da realidade agrícola local. A disciplina promove uma associação mais eficiente entre as aulas teóricas e as práticas de campo, permitindo aos alunos uma compreensão mais aprofundada das interações ambientais e sociais que permeiam as atividades agrícolas in loco. Além disso, a imersão na vida rural, por sete dias, hospedando-se na casa da família do agricultor e vivenciando todos os momentos junto a familiares e funcionários, oferece aos estudantes uma experiência real, autêntica e enriquecedora, que vai além do que poderia ser obtido por meio de livros ou visitas técnicas pontuais, proporcionando uma verdadeira imersão nas dinâmicas sociais e econômicas do meio rural, diferenciando-o no mercado de trabalho e possibilitando o desenvolvimento de empatia e ética profissional.

     

    Resultados e discussão: Durante a estadia, os estudantes realizam práticas agrícolas como plantios, colheitas, aplicações, manejos com animais (alimentação, vacinações, manejos específicos), registros financeiros e outras atividades. É importante destacar que essa atividade também estreita os laços entre a comunidade regional e a instituição de ensino, pois as famílias que acolhem os estudantes em suas casas se colocam na posição de membros ativos do processo formativo do futuro profissional, aumentando a autoestima dos produtores e enriquecendo a experiência dos alunos, além de fortalecer a integração com a comunidade regional. Dessa forma, pelos relatos compartilhados pelos estudantes durante a socialização após a vivência, é possível identificar os resultados obtidos com a ABEx, como “experiência única”, “agora compreendi o que é a realidade rural”, “foi muito proveitoso os momentos”. Algumas das melhorias na propriedade sugeridas pelos alunos às famílias, por meio de um projeto, foram implantadas, auxiliando o desenvolvimento rural.

     

    Conclusão: Todas as experiências vivenciadas atenderam às expectativas dos estudantes, propiciando aprimoramento e ampliação do olhar técnico sobre as interações das lavouras e criações com o ambiente e sociedade, aspectos fundamentais para o bom e ético exercício da profissão.

     

    Palavras-chave: propriedade rural; vivência; desenvolvimento profissional.

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Desenvolvimento de materiais educativos: nutrição materno-infantil em Centros de Educação Infantil Municipais

O projeto ABEx III, do curso de Nutrição da Unochapecó, desenvolveu materiais educativos sobre nutrição materno-infantil para Centros de Educação Infantil em 15 municípios. A iniciativa promoveu hábitos saudáveis e valorizou a educação alimentar, contribuindo para a formação prática dos estudantes e o apoio à comunidade.

Autores: Marina Pizzi e Roberta Lamonatto Taglietti.

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    DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS EDUCATIVOS E ORIENTATIVOS SOBRE ALIMENTAÇÃO INFANTIL PARA CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL MUNICIPAIS DO OESTE CATARINENSE: UM RELATO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS NA DISCIPLINA DE APRENDIZAGEM BASEADA EM EXPERIÊNCIAS (ABEX) 

    Introdução: O Plano Nacional de Educação (PNE, 2014-2024) estabeleceu que, no mínimo, 10% da carga horária curricular de cursos de graduação seja cumprida por meio de práticas extensionistas, promovendo uma interlocução ativa entre instituições de ensino superior e a comunidade. O curso de Nutrição da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) adota a extensão como princípio educativo, integrando-a à formação acadêmica como uma estratégia de aprendizagem que envolve ensino, produção e socialização do conhecimento. Dentro deste contexto, é oferecido o componente curricular ABEx – Aprendizagem Baseada em Experiências, caracterizado por uma abordagem teórico-prática e ações extensionistas. O objetivo do componente ABEx III foi o desenvolvimento de materiais educativos sobre nutrição materno-infantil para Centros de Educação Infantil de municípios do Oeste Catarinense.

     

    Metodologia: A disciplina ABEx III - Experiências em Alimentação, Nutrição e Saúde: Promoção da Saúde Materno-infantil, ministrada no terceiro período do curso, contou com a participação de 30 estudantes, dois docentes e a colaboração de 15 municípios, e foi realizada no primeiro semestre de 2024. As atividades seguiram quatro etapas principais: (1) diagnóstico e estudo das temáticas; (2) desenvolvimento dos materiais; (3) validação dos materiais; e (4) entrega e avaliação. Inicialmente, os estudantes reuniram-se remotamente com nutricionistas dos municípios para levantar demandas e entender o contexto de aplicação dos materiais. Cada grupo ficou responsável por uma temática específica, definida em conjunto com o município, que foi aprofundada teoricamente antes da elaboração dos materiais. Em seguida, os estudantes desenvolveram os materiais sob supervisão dos professores, com base em bibliografias pertinentes e nas necessidades dos municípios. Os materiais produzidos foram validados pelos docentes e nutricionistas locais e, finalmente, entregues às professoras e aos municípios, com a socialização dos resultados para a turma e avaliação por pares.

     

    Resultados e discussão: As nutricionistas dos municípios relataram demandas como educação alimentar nas creches, seletividade alimentar, alergias e intolerâncias alimentares, valorização do nutricionista no ambiente escolar, e dificuldades dos pais na introdução da alimentação complementar. Com base nessas demandas, os estudantes desenvolveram materiais como posts para redes sociais, banners, folders, vídeos e a "Caixa Mágica", uma ferramenta para estimular o interesse das crianças nos alimentos, que pode ser utilizada por nutricionistas e professores. Os produtos foram entregues digitalmente, exceto o material de educação nutricional, que foi enviado em formato físico.

     

    Considerações finais: As ações desenvolvidas e os materiais produzidos mostraram-se eficazes para a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a conscientização sobre a importância da nutrição materno-infantil. Essa experiência prática permitiu que os estudantes aplicassem conhecimentos teóricos e desenvolvessem habilidades de comunicação e educação em saúde. Acredita-se que os materiais contribuirão significativamente para a disseminação da alimentação saudável. Futuras ações de extensão podem focar na ampliação desses materiais e na avaliação do impacto das intervenções educativas.

     

    Palavras-Chave: Nutrição da Criança; Educação Alimentar e Nutricional; Práticas de Extensão

ÁREA TEMÁTICA:

IMPACTO SOCIAL

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Inclusão digital em comunidades: formação prática com alunos da Unochapecó

Este projeto de inclusão digital envolve alunos dos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação da Unochapecó em ações práticas de capacitação tecnológica para comunidades. A iniciativa visa reduzir a exclusão digital e desenvolver habilidades interpessoais dos estudantes em parceria com instituições locais.

Autores: Ariel Gustavo Zuquello e Sandro Silva de Oliveira.

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    INCLUSÃO DIGITAL: UM RELATO EXPERIENCIAL DE EXTENSÃO CURRICULARIZADA DOS CURSOS DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 

    Introdução: Desde 2021, a Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó) tem implementado um novo modelo pedagógico para alinhar a formação acadêmica às demandas da sociedade. Dentre as inovações, destaca-se a Aprendizagem Baseada em Experiências (ABEx), que conecta os estudantes a contextos e problemas reais, promovendo a extensão acadêmica no currículo dos cursos.

     

    Objetivo: Este trabalho visa desenvolver ações de inclusão digital na sociedade por meio do componente curricular ABEx I - Introdução ao Curso e Espaços Profissionais, aplicado nos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação. O intuito é proporcionar vivências sociais que aperfeiçoem as habilidades interpessoais dos alunos, impactando positivamente sua formação e a dos indivíduos atendidos.

     

    Metodologia: O estudo foi de caráter experiencial, incentivando os alunos a adotarem um papel ativo e protagonista em atividades práticas, conectando-se diretamente com instituições locais. As ações visaram a promoção da inclusão digital através do uso de tecnologias e disseminação de conhecimento, adaptando-se às necessidades específicas de diferentes grupos, especialmente daqueles com menor acesso às tecnologias digitais. O foco foi na capacitação tecnológica e no fortalecimento das habilidades dos indivíduos para usufruírem das vantagens do ambiente digital.

     

    Resultados e Discussão: Desde 2021, as iniciativas de inclusão digital têm gerado impacto significativo. No primeiro semestre de 2024, 180 alunos organizados em 28 grupos de trabalho estabeleceram parcerias com 30 instituições, atendendo diretamente 1.132 pessoas em 13 municípios. Feedbacks destacam o aprendizado dos estudantes e o impacto positivo das ações nas vidas dos participantes. A continuidade das parcerias no projeto “Tecnologia da Informação na Comunidade” reforça a eficácia do modelo, gerando impactos duradouros na integração digital e redução das desigualdades digitais.

     

    Conclusão: As ações demonstram impacto positivo tanto na formação dos estudantes, especialmente no desenvolvimento de soft skills, quanto na sociedade. A continuidade do projeto fortalece um diálogo duradouro com diferentes setores, contribuindo para a inclusão digital e redução da exclusão social.

    Palavras-chave: ABEx; Ciência da Computação; Sistemas de Informação; Extensão.

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Outubro Rosa: capacitação para a saúde da mulher em comunidades vulneráveis

Estudantes de Enfermagem da Unochapecó promoveram ações comunitárias e exames preventivos durante o Outubro Rosa, fortalecendo a prevenção e o cuidado à saúde de mulheres em situação de vulnerabilidade. A iniciativa alia teoria e prática em uma abordagem humanizada de atenção à saúde feminina.

Autor: Jucimar Frigo

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    APRENDIZAGEM BASEADA EM EXPERIÊNCIA: UM TOQUE DE CUIDADO NA CAMPANHA DO OUTUBRO ROSA

    Introdução: A Aprendizagem Baseada em Experiências (ABEx) pode ser uma estratégia poderosa para campanhas de impacto social, como o Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo de útero. A abordagem prática e emocional do "toque rosa de cuidado" permite que essa campanha se torne uma experiência de aprendizado envolvente. No curso de Enfermagem, o componente ABEx VI: Práticas de Atenção à Saúde da Mulher e Neonato é fundamental para que os estudantes não apenas adquiram conhecimentos teóricos, mas também desenvolvam habilidades práticas e uma consciência crítica sobre os fatores que afetam a saúde feminina e neonatal. Ações comunitárias, rodas de conversa, oficinas de arteterapia, e exames preventivos são algumas das atividades que integram o conhecimento acadêmico ao contexto social, engajando mulheres na campanha de forma tangível. O acesso limitado aos serviços de saúde, especialmente à atenção primária para exames de rotina, é um desafio para grupos vulneráveis como mulheres indígenas, privadas de liberdade e trabalhadoras formais. O objetivo é capacitar os estudantes a promover ações comunitárias que incentivem a saúde e o bem-estar dessas mulheres.

     

    Metodologia: Este é um estudo reflexivo, relatado por meio das experiências dos estudantes de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), no segundo semestre de 2023. Sob supervisão de professores, as atividades teórico-práticas foram realizadas no Presídio Feminino Regional de Chapecó, nas Aldeias Toldo Chimbangue e Kondá, e na Rede Feminina de Combate ao Câncer. Os estudantes promoveram rodas de conversa, oficinas de arteterapia, e realizaram exames preventivos do colo do útero e mamas. Além disso, criaram folders educativos que ampliaram o alcance das ações de conscientização e prevenção. Esses materiais, replicados na rede de atenção municipal, tornaram-se uma ferramenta pedagógica que facilita o acesso à informação e fortalece a promoção de saúde de forma contínua.

     

    Resultados e Discussão: O ABEx VI mostrou-se uma abordagem potente para fortalecer a Campanha Outubro Rosa, integrando práticas reais ao conhecimento teórico. As atividades realizadas no Presídio Feminino, nas aldeias e na Rede Feminina destacaram como a teoria e a prática podem se unir no cuidado à saúde da mulher, atendendo populações em situação de vulnerabilidade. As atividades comunitárias e exames preventivos colaboram na prevenção de doenças e promoção de bem-estar. A fundação da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde da Mulher pelos estudantes reflete seu compromisso com o estudo, pesquisa e engajamento em temas relacionados à saúde feminina, fomentando uma formação integral.

     

    Conclusão: O componente ABEx VI contribuiu significativamente para a formação dos estudantes ao integrar valores sociais e éticos às práticas de saúde da mulher e neonatal. Essa abordagem prepara os estudantes para serem profissionais competentes e agentes de mudança social, vendo o cuidado à saúde como um ato de justiça social que considera as vulnerabilidades específicas das mulheres e seus neonatos.

     

    Palavras-chave: Enfermagem, Ensino, Saúde da Mulher.

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Horto Medicinal no CASE/Chapecó: ressocialização e educação

Este projeto integrou acadêmicos de farmácia e adolescentes em conflito com a lei, com a criação de um horto medicinal em formato mandala no CASE de Chapecó. A iniciativa promoveu o aprendizado sobre plantas medicinais e suas aplicações terapêuticas, contribuindo para a ressocialização e a formação acadêmica dos envolvidos.

Autores: Adriana Gasparetto, Franciane Rios Senger, Juliana Maccagnan e Walter Antonio Roman Junior

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    IMPLANTAÇÃO DO HORTO DE PLANTAS MEDICINAIS NO CENTRO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO - CASE/CHAPECÓ 

    Introdução: O uso de plantas medicinais é uma prática ancestral valorizada e redescoberta pela ciência moderna, principalmente por suas amplas aplicações terapêuticas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% da população mundial utiliza plantas medicinais para suas necessidades de saúde primária, o que destaca a importância dessa prática em contextos diversos. Nesse sentido, a criação de hortos de plantas medicinais em ambientes educacionais, como o Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE), representa uma ferramenta de educação e ressocialização para adolescentes em conflito com a lei. Este estudo teve como objetivo promover a construção de um horto medicinal em formato de mandala no CASE/Chapecó, integrando a formação acadêmica dos estudantes de farmácia com o processo de ressocialização das internas, além de expandir o conhecimento sobre o uso de plantas medicinais por meio de oficinas.

     

    Metodologia: O estudo é qualitativo e observacional, realizado como intervenção educacional na disciplina Aprendizagem Baseada em Experiências (ABEX) III, no primeiro semestre de 2024. Inicialmente, acadêmicos de farmácia realizaram uma visita ao CASE para discutir as necessidades locais e definir o cronograma de execução. A seguir, o projeto do horto em formato mandala foi elaborado, organizando plantas medicinais em seções específicas conforme suas propriedades terapêuticas. As atividades práticas foram precedidas por aulas teóricas e laboratoriais sobre o uso das plantas medicinais. A execução do horto incluiu três etapas principais: implantação, inserção das mudas, e realização das oficinas para as internas do CASE.

     

    Resultados e Discussão: O horto foi segmentado em nove áreas correspondentes aos sistemas nervoso, tegumentar, renal, cardiovascular, reprodutor, digestório (estômago, intestino e anexos), respiratório e diversos. Ao todo, 23 plantas medicinais, oriundas do Viveiro Florestal Universitário da Unochapecó, foram cultivadas e identificadas com placas contendo seus nomes populares e científicos. Cartilhas educativas foram criadas com informações sobre as propriedades, formas de uso e contraindicações das plantas. Seis oficinas abordaram usos terapêuticos variados, como chás, emplastos, inalações e esfoliantes, além de uma aula prática sobre auriculoterapia para o controle de ansiedade. O projeto trouxe impacto positivo para os adolescentes internos e fortaleceu a integração dos estudantes de farmácia com a comunidade, incentivando o interesse em práticas de saúde.

     

    Conclusão: O horto medicinal no CASE de Chapecó destacou-se como um projeto com impactos além da ressocialização, oferecendo benefícios acadêmicos e sociais. Ele contribuiu significativamente para a reintegração social das internas e consolidou a aprendizagem prática e teórica dos estudantes de farmácia, que tiveram a oportunidade de aplicar seus conhecimentos em um contexto real, enriquecendo sua formação acadêmica e seu compromisso com a saúde comunitária.

    Palavras-chave: Plantas medicinais, Horto Mandala, Ressocialização.

     

    Fonte financiadora: Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó

ÁREA TEMÁTICA:

INOVAÇÃO EM PRODUTOS

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Desenvolvimento de protótipos farmacotécnicos para o tratamento de mucosite em pacientes oncológicos

Este projeto, realizado pelos acadêmicos de farmácia da Unochapecó, focou na criação de protótipos terapêuticos para o tratamento de mucosite em pacientes oncológicos do Hospital Regional do Oeste. Foram desenvolvidos seis produtos farmacêuticos inovadores, como balas terapêuticas e géis mucoadesivos, com ativos naturais para aliviar os sintomas e promover a recuperação das mucosas.

Autores:  Adriana Gasparetto e Franciane Rios Senger.

  • DESENVOLVIMENTO DE PROTÓTIPOS FARMACOTÉCNICOS PARA O TRATAMENTO DE MUCOSITE: UMA PERSPECTIVA TERAPÊUTICA E INOVADORA IMPULSIONADA PELAS DISCIPLINAS DE ABEX V E VI DO CURSO DE FARMÁCIA DA UNOCHAPECÓ

    Introdução: A mucosite é uma inflamação da mucosa do trato gastrointestinal, que se estende da boca ao ânus e pode ser provocada por tratamentos oncológicos, como radioterapia e quimioterapia. O desenvolvimento de formulações anti-inflamatórias para o manejo dessa condição é desafiador, dada a variabilidade entre pacientes e tipos de lesões. O presente estudo teve como objetivo desenvolver e aperfeiçoar protótipos de produtos farmacêuticos para auxiliar no tratamento de mucosites, focando em pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e oncológicos do Hospital Regional do Oeste (HRO), em Chapecó, Santa Catarina, durante as disciplinas de Aprendizagem Baseada em Experiências (ABEX) V e VI, no curso de Farmácia.

     

    Metodologia: Este é um estudo qualitativo, de caráter observacional, baseado em relatos de experiência dos acadêmicos de farmácia no desenvolvimento de protótipos manipulados nas disciplinas ABEX V e VI, durante o primeiro e segundo semestres de 2023. O estudo iniciou-se com uma reunião com representantes do HRO para alinhamento das necessidades dos pacientes. Em seguida, os acadêmicos foram divididos em seis grupos, e iniciou-se a pesquisa de ativos e excipientes adequados a cada formulação, a organização da sequência de manipulação, aquisição de insumos, desenvolvimento dos protótipos no laboratório de farmacotécnica, aperfeiçoamento das formulações e realização de ensaios de controle de qualidade. Por fim, foram elaborados o Procedimento Operacional Padrão (POP) e a Ficha Técnica de cada produto, com a posterior entrega dos protótipos ao HRO.

     

    Resultados e Discussão: Foram desenvolvidos seis protótipos farmacotécnicos: Bala Gummy Terapêutica, Gel Mucoadesivo, Picolé Terapêutico, Gelatina Terapêutica, Enxaguante Bucal e Hidratante Labial. Cada produto foi formulado para minimizar o potencial irritativo e conter ativos naturais que aliviam os sintomas de mucosite, promovendo a recuperação da mucosa oral. A Bala Gummy Terapêutica contém extrato de camomila e curcumina, ativos com propriedades anti-inflamatórias e reparadoras de lesões orais. O Gel Mucoadesivo é composto por agentes gelificantes e extratos de própolis, romã, camomila, hortelã e ácido hialurônico, visando à adesão prolongada e efeito calmante. O Picolé Terapêutico combina extratos de camomila e infusões de hibisco e gengibre, promovendo efeito anti-inflamatório e adstringente. A Gelatina Terapêutica foi desenvolvida com gelatina diet, pectina, goma arábica, ácido cítrico e cúrcuma, oferecendo propriedades anti-inflamatórias. O Enxaguante Bucal, formulado com flúor, camomila, malva e própolis, tem como objetivo higienizar e aliviar os sintomas de mucosite. O Hidratante Labial oferece hidratação prolongada de até seis horas, com ação anti-inflamatória e umectante, devido à presença de Alantoína, Ácido Hialurônico, Extrato de Camomila e Vitamina E.

     

    Conclusão: Os protótipos desenvolvidos mostraram-se promissores no tratamento de lesões de mucosite, com potencial para escalonamento e fácil reprodução. Esse estudo enfatiza a relevância do farmacêutico magistral no desenvolvimento de novas terapias e produtos para o cuidado com a saúde.

    Palavras-chave: Mucosite, Farmacotécnica, Protótipos.

     

    Fonte financiadora: Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó.

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O potencial da biodiversidade regional no desenvolvimento de fitocosméticos sustentáveis

Este projeto, desenvolvido por alunos de Farmácia da Unochapecó, resultou na criação de cosméticos artesanais utilizando óleos essenciais do Sítio Cheiros e Sabores. A iniciativa visou fomentar o empreendedorismo e o uso sustentável da biodiversidade local, com foco no empoderamento da agricultura familiar e na promoção de produtos inovadores no mercado.

Autor: Walter Antonio Roman Junior.

  • O POTENCIAL DA BIODIVERSIDADE REGIONAL NO DESENVOLVIMENTO DE FITOCOSMÉTICOS SUSTENTÁVEIS 

    Introdução: O Brasil possui a maior biodiversidade mundial, com aproximadamente 46.000 espécies vegetais, oferecendo potencial para a segurança alimentar e a criação de produtos de alto valor econômico. Entretanto, assim como em todo o país, o estado de Santa Catarina enfrenta desafios como a sucessão familiar no campo, essencial para práticas sustentáveis, a degradação ambiental, que ameaça a biodiversidade, e os impactos das mudanças climáticas. Uma estratégia eficaz para preservar e explorar os recursos naturais envolve a educação ambiental, a proteção dos ecossistemas regionais e a promoção de alternativas de renda sustentável para a comunidade. Neste contexto, a disciplina ABEx III: Química Medicinal, do curso de Farmácia, buscou uma colaboração com o Sítio Cheiros e Sabores, que enfrentava dificuldades na comercialização de produtos à base de plantas bioativas em feiras de produtores. Esta parceria foi motivada pela necessidade de fomentar o empreendedorismo e incentivar o uso sustentável da biodiversidade local no desenvolvimento de produtos de saúde inovadores.

     

    Objetivo: A ABEx III visou ao desenvolvimento de uma linha de cosméticos artesanais explorando a diversidade de óleos essenciais produzidos pelo Sítio Cheiros e Sabores. O objetivo foi criar produtos inovadores e sustentáveis que atendessem às demandas de mercado, estimulando o empreendedorismo e a inovação entre os alunos.

     

    Metodologia: Esta atividade ABEx, de natureza qualitativa (estudo de caso), teve início com uma visita ao Sítio Cheiros e Sabores (Seara/SC) realizada por professores e alunos do terceiro período do curso de Farmácia da Unochapecó. Durante a visita, observou-se uma grande diversidade de plantas medicinais e aromáticas, bem como a presença de um extrator industrial de óleos essenciais. A partir daí, a parceria envolveu a produção de cosméticos artesanais utilizando óleos essenciais extraídos no sítio. O processo incluiu a criação de uma cartilha didática para cada formulação, além do desenvolvimento de identidade visual, rotulagem e escolha de embalagens apropriadas.

     

    Resultados e Discussão: A parceria resultou na criação de sete produtos fitocosméticos: óleo de massagem para pés e pernas; sabonetes esfoliantes em duas versões; sabonete líquido; kit de fitoterápicos roll-on; aromatizador de ambientes; shampoo e condicionador sólidos; e uma pedra aromatizante. Os produtos foram apresentados e entregues no Pólen Park da Unochapecó para a família proprietária do sítio, acompanhados das cartilhas de preparação artesanal. A comunidade acadêmica avaliou o projeto como essencial para integrar a universidade e a sociedade. Os alunos destacaram o aprendizado prático, com a vivência completa do processo de desenvolvimento de um produto, desde a matéria-prima até o produto final. Para o Sítio Cheiros e Sabores, a ABEx representou uma forma de apoio da universidade à comunidade, reforçando a sucessão familiar no campo e o uso sustentável da biodiversidade local.

     

    Conclusão: A colaboração com a agricultura familiar permite oportunidades de aprendizado para a comunidade acadêmica e contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial o ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e o ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis), evidenciando o impacto inovador e global desta iniciativa.

     

    Palavras-chave: Processo de ensino-aprendizagem, inovação, empoderamento comunitário.

     

    Fonte financiadora: Esta ABEx não contou com fonte financiadora.

     

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Cogumelos Shimeji em conserva: uma solução eficiente para aumentar a rentabilidade e reduzir perdas

Este trabalho avaliou a viabilidade de uma conserva de cogumelos Shimeji, visando prolongar sua vida útil e reduzir perdas econômicas. A pesquisa demonstrou que a conserva mantém as qualidades nutricionais e sensoriais do produto, oferecendo uma alternativa sustentável para a comercialização e aumentando a rentabilidade dos produtores.

Autores: Ana Paula Capelezzo, Joseane Kilian, Micheli Zanetti e Vaniele Bugoni Martins

  • COGUMELOS SHIMEJI EM CONSERVA: UMA SOLUÇÃO EFICIENTE PARA AUMENTAR A RENTABILIDADE E REDUZIR PERDAS 

    Introdução: Cogumelos são organismos amplamente distribuídos em diversos habitats, com uma grande variedade de cores, tamanhos e formas. Entre as espécies mais consumidas, destaca-se o Shimeji (Lyophyllum shimeji), cuja produção anual é de aproximadamente 8,5 mil toneladas. No entanto, a comercialização in natura do Shimeji enfrenta desafios devido à alta perecibilidade, o que reduz significativamente sua vida útil e causa perdas consideráveis ao longo da cadeia produtiva. A limitada industrialização do setor agrava essas perdas, uma vez que a comercialização de cogumelos frescos é predominante e faltam processos adequados de conservação e transformação, levando ao desperdício de grande parte da produção. Neste contexto, a produção de cogumelos em conserva surge como uma alternativa viável para prolongar a vida útil do produto, diminuir as perdas e criar novas oportunidades de mercado. Além de manter as qualidades nutricionais e sensoriais do Shimeji, a conserva oferece uma solução eficiente para reduzir o desperdício, promovendo a sustentabilidade e a lucratividade dos produtores. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi validar uma formulação de conserva de cogumelos Shimeji, avaliando suas características sensoriais e shelf life, com o intuito de reduzir a perecibilidade e melhorar os resultados econômicos do setor.

     

    Metodologia: O trabalho foi desenvolvido como atividade de extensão nas disciplinas de ABEx V, durante o semestre 2023.1, em parceria com a empresa Higor Agronaturais, sob o termo de cooperação nº 452/2023. A pesquisa caracteriza-se como experimental e envolveu a produção de conserva de cogumelos Shimeji, utilizando uma solução de metabissulfito a 1% e ácido cítrico a 2%. Para avaliar o shelf life, foram realizadas análises de acidez, cor, sabor, textura, estufamento de pacote, pH, odor e presença de microrganismos (Salmonella spp., bolores e leveduras e enterobactérias). Os testes foram realizados durante 120 dias, com as conservas armazenadas em embalagens de 100 g, seladas a vácuo e mantidas em temperatura ambiente.

     

    Resultados e Discussão: Os testes de shelf life da conserva de Shimeji mostraram-se satisfatórios ao longo dos 120 dias. O pH permaneceu estável, variando ligeiramente de 3,87 para 3,58, criando um ambiente ácido que inibe microrganismos patogênicos. A acidez inicial de 0,031% variou para 0,392% aos 15 dias, retornando ao valor inicial aos 45 dias, permanecendo constante até o final do período avaliado. A análise sensorial indicou que, após 15 dias, os cogumelos mantinham sabor, odor e aparência agradáveis, com pequenas alterações no sabor após 45 dias, mas ainda preservando um odor agradável e aparência atrativa. As análises microbiológicas confirmaram a ausência de Salmonella spp., e os níveis de bolores, leveduras e enterobactérias ficaram dentro dos limites permitidos, garantindo a segurança do produto dentro dos 120 dias avaliados.

     

    Conclusão: Os resultados obtidos indicam que a conserva de cogumelos Shimeji é uma alternativa viável para a conservação do produto, sendo segura e aceitável para consumo durante o período avaliado. A formulação mostrou-se eficaz para garantir a segurança e a qualidade do produto, sugerindo sua viabilidade para comercialização nesse período. Além disso, a conserva representa uma possibilidade de diversificação do portfólio de produtos, reduzindo perdas e aumentando a rentabilidade para pequenos produtores da região.

     

    Palavras-chave: cogumelo, Shimeji, conserva, formulação.

ÁREA TEMÁTICA:

IMPACTO AMBIENTAL

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Valorização da borra de café: aplicação em filmes comestíveis para aumentar a conservação de frutas

Este trabalho explora o uso do extrato de borra de café como um agente antimicrobiano em filmes comestíveis, visando aumentar a durabilidade de frutas. O método contribui para a redução de resíduos e a conservação alimentar, com foco em alternativas sustentáveis para o reaproveitamento da borra de café.

Autores: Ana Paula Capelezzo, Micheli Zanetti e Vaniele Bugoni Martins.

  • OBTENÇÃO DO EXTRATO DA BORRA DO CAFÉ (EBC), CARACTERIZAÇÃO ANTIMICROBIANA E APLICAÇÃO EM FILMES COMESTÍVEIS PARA O RECOBRIMENTO DE FRUTOS 

    Introdução: O café é a segunda bebida mais popular do mundo, e o Brasil responde por aproximadamente 30% da produção global. No país, o consumo per capita é de cerca de 5,12 kg de café torrado e moído. Junto à produção e ao consumo de café, há a geração de resíduos, uma vez que se estima que cerca de 30% a 50% de todos os alimentos produzidos no mundo se transformem em resíduos sólidos. Os problemas decorrentes da geração, acúmulo e destinação inadequada desses resíduos tornam-se mais evidentes à medida que sua quantidade aumenta, gerando dificuldades de descarte e emissões poluentes.

    A borra de café representa uma parte significativa desses resíduos, cuja disposição final geralmente ocorre em aterros sanitários e lixões. Entretanto, a borra de café é uma fonte rica em compostos que podem ser aproveitados em diferentes ramos da indústria. A preparação de uma xícara de café extrai menos de 1% dos compostos presentes, enquanto os outros 99% permanecem na borra, o que ressalta seu grande potencial de valorização.

    Objetivo: Obter o extrato da borra do café (EBC), caracterizá-lo em relação à propriedade antimicrobiana e aplicá-lo em filmes comestíveis para o recobrimento de frutos, visando estender sua vida útil.

     

    Metodologia: Esse trabalho foi desenvolvido nas disciplinas de ABEx II e ABEx III do curso de Engenharia Química, durante os semestres de 2021/2 e 2022/1. O EBC foi obtido por meio da técnica de Soxhlet, utilizando partículas de 0,15 mm e álcool de cereais como solvente, na proporção de 1:17,5 (massa de amostra/volume de solvente). Foram realizados testes de atividade antimicrobiana frente às bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli na concentração de 10^4 UFC/mL, utilizando as técnicas de Concentração Inibitória Mínima (CIM) e difusão em meio sólido.

    O EBC foi aplicado em filme comestível à base de fécula de mandioca nas concentrações de 1% e 3% para o recobrimento de frutas da espécie Citrus japonica, conhecida popularmente por Laranja Kinkan, acompanhando a perda de massa ao longo de 12 dias.

     

    Resultados e Discussão: O rendimento do extrato foi de 11,2%. A CIM apresentada pelo EBC variou entre 25 e 50 mg/mL para S. aureus e entre 100 e 200 mg/mL para E. coli. O halo de inibição para S. aureus foi de 9,0 mm, enquanto não houve formação de halo para E. coli. Em relação à perda de massa dos frutos recobertos com a solução filmogênica contendo EBC, após 12 dias de análise, observou-se que o controle perdeu aproximadamente 16,0% de massa (solução filmogênica sem EBC), as frutas cobertas com filmes contendo 1% de EBC reduziram sua massa em 18,5%, e os frutos recobertos com 3% de EBC apresentaram uma redução de 21,4%. Os frutos sem recobrimento perderam cerca de 52,0% de sua massa. Assim, é evidente que a presença da solução filmogênica contribui para a conservação das frutas, permitindo que percam menos massa e mantenham sua qualidade e suculência por mais tempo.

     

    Conclusão: Considerando os efeitos antibacterianos apresentados pelo EBC, especialmente frente a bactérias gram-positivas (S. aureus), conclui-se que este pode ser eficiente quando aplicado em filmes comestíveis para o recobrimento de frutos, visando aumentar sua vida útil.

     

    Palavras-chave: Reaproveitamento de resíduos; Atividade biológica; Filme comestível à base de fécula de mandioca; Laranja Kinkan.

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Eletrocoagulação para polimento de efluentes: redução de poluentes em parceria com indústria de biotecnologia

Este trabalho avalia a eletrocoagulação como técnica para aprimorar o tratamento de efluentes, visando atender padrões de qualidade exigidos pela legislação. O estudo promove melhorias ambientais ao reduzir poluentes na água de descarte de uma empresa de biotecnologia.

Autores: Ana Paula Capelezzo, Gustavo Lopes Colpani, Micheli Zanetti e Vaniele Bugoni Martins.

  • USO DA ELETROCOAGULAÇÃO PARA GARANTIR O ATENDIMENTO DOS PARÂMETROS DE DQO E DBO ESTABELECIDOS PELA LEGISLAÇÃO DO EFLUENTE EQUALIZADO E TRATADO DE UMA EMPRESA DE BIOTECNOLOGIA NA CIDADE DE XANXERÊ-SC 

    Introdução: O crescente aumento da população global trouxe consigo uma séria preocupação ambiental: a poluição da água. Globalmente, aproximadamente 1,1 bilhão de pessoas enfrentam a falta de acesso a água potável. Ao longo dos anos, a inquietação com a qualidade dos resíduos despejados nos corpos d'água tem se intensificado, dado que o despejo sem tratamento adequado pode resultar em alterações na qualidade da água, poluição e desequilíbrio nos ecossistemas aquáticos. Diante dessa problemática, o objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da eletrocoagulação como processo de polimento do efluente equalizado produzido por uma empresa de biotecnologia, visando assegurar a conformidade com os padrões legislativos de segurança.

     

    Metodologia: O trabalho desenvolvido é uma atividade de extensão realizada nas disciplinas de ABEX V em 2023.1, em parceria com a empresa de Biotecnologia, seguindo termo de cooperação nº 115/2023-1, e trata-se de um estudo qualitativo quantitativo. O efluente experimental, proveniente da empresa parceira, foi equalizado em bateladas de cinco dias de produção e enviado em galões para o Laboratório Multifuncional da Unochapecó (LMF). Foram conduzidos experimentos com o efluente bruto (sem processamento), o efluente tratado pela empresa (efluente final) e o efluente tratado pela empresa submetido ao processo de eletrocoagulação. Utilizando um reator de eletrocoagulação de bancada com eletrodos de alumínio (área de 1,5 cm², distância de 2 cm) e aplicando uma carga de 6,5 V por 90 minutos, os testes foram realizados com e sem agitação. Parâmetros como pH, condutividade elétrica e cloretos foram avaliados para todas as amostras em todos os dias de tratamento. Também foram realizadas análises de DQO do efluente bruto, tratado e eletrocoagulado no laboratório LMF da Unochapecó, e as análises de DBO foram conduzidas em laboratório terceiro, seguindo normativa do CONSEMA Nº 181 DE 02/08/2021.

     

    Resultados e Discussão: Os protocolos de tratamento seguiram otimizações, destacando a crucial agitação no processo de eletrocoagulação. Essa prática permitiu um contato mais eficiente do efluente com os eletrodos, resultando na remoção de 5 pp de DQO, melhorando a turbidez e mantendo o pH nos padrões estabelecidos. A presença de cloretos não interferiu, possibilitando uma redução adicional com o uso da eletrocoagulação de 90,2% na DQO. Também os padrões de DBO foram atendidos conforme preconiza a legislação.

     

    Conclusão: Os resultados indicam a eficácia no polimento através do uso da eletrocoagulação do efluente, garantindo com segurança os níveis de DBO e DQO exigidos, proporcionando melhorias visuais e parâmetros químicos satisfatórios no efluente. A equalização do efluente também garantiu o atendimento dos padrões em todos os testes realizados, mostrando a importância da equalização do mesmo. Destaca-se a importância da disciplina ABEX na preparação para desafios profissionais, evidenciando habilidades de pesquisa, desenvolvimento, estudo legislativo e trabalho em equipe.

     

    Palavras-chave: efluente, eletrocoagulação, tratamento, processos de tratamento avançados.

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Reaproveitamento de lodo industrial: avaliação de biossólidos para uso sustentável em solos agrícolas

Este trabalho analisa o potencial do lodo de esgoto industrial tratado como fonte de nutrientes para o solo, promovendo sua aplicação sustentável na agricultura. A pesquisa visa transformar resíduos em recursos, contribuindo para práticas mais sustentáveis e a economia circular.

Autores: Ana Paula Capelezzo, Gustavo Lopes Colpani, Micheli Zanetti, Vaniele Bugoni Martins.

  • ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DE LODO DE ETE DE INDÚSTRIA DE ALIMENTOS PARA POTENCIAL APLICAÇÃO EM SOLOS

    Introdução: Conforme a sociedade avança em direção a uma mentalidade mais sustentável, o destino do lodo de esgoto industrial surge como um ponto focal de pesquisa e desenvolvimento. A busca por métodos inovadores e eficazes não visa apenas a eliminação segura desses resíduos, mas também explora oportunidades de reutilização, transformando o lodo em recurso valioso. Este cenário destaca a necessidade de sinergias entre a indústria, políticas públicas e científicas, com o objetivo de estabelecer práticas que não apenas atendam aos padrões regulatórios, mas também contribuam para a sustentabilidade ambiental. O lodo de esgoto possui uma considerável quantidade de matéria orgânica e nutrientes, o que pode ser aproveitado em outros meios, ao invés da destinação a aterros. O reaproveitamento desse resíduo como matéria orgânica de reposição traz grande potencial em áreas destinadas ao plantio, podendo melhorar a capacidade de agregação, diminuir a densidade, aumentar a capacidade de retenção de água e condutividade hidráulica. Portanto, neste artigo foram realizadas análises para a caracterização da amostra de biossólido oriunda de uma ETA de indústria de alimentos, com o intuito de avaliar a potencial aplicação do resíduo em áreas destinadas ao cultivo e agricultura.

     

    Metodologia: O trabalho desenvolvido é uma atividade de extensão realizada nas disciplinas de ABEX V em 2023.2, em parceria com a empresa Apti Alimentos, conforme termo de cooperação nº 457/2023, e trata-se de um estudo quantitativo e experimental. Neste sentido, a metodologia buscou caracterizar o lodo da ETE visando atendimento das Resoluções CONAMA n. 498 de 2020 e n. 420 de 2009 para aplicação deste material como substrato para solos. As análises físico-químicas realizadas abrangeram a avaliação de pH, condutividade, sólidos totais, cinzas, umidade e composição de metais pesados presentes no lodo. Nas análises microbiológicas foram avaliadas a presença de E. coli e coliformes totais.

    Resultados e discussão: A análise dos resultados obtidos fornece uma visão abrangente da qualidade dos biossólidos para potencial uso em solos, bem como dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos associados ao lodo ativado. No que se refere aos metais pesados, a análise dos solos demonstrou que alumínio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobre, cromo, mercúrio, molibdênio, níquel, selênio e zinco estão dentro dos valores permitidos para as diferentes classes de uso. O valor de pH próximo a 7,47 indica uma neutralidade adequada para aplicação no solo, bem como a condutividade igual a 533 µs, os sólidos totais iguais a 10,38%, a umidade igual a 89,26% e as cinzas iguais a 19,22% apresentam níveis aceitáveis, indicando características importantes para o manuseio e aplicação prática no solo. Além disso, a presença de E. coli e coliformes totais em concentração menor que 101 e 102 UFC/g, respectivamente, está de acordo com a Resolução CONAMA n. 498 e são indicativos de um processo de tratamento eficaz, garantindo a redução de agentes patogênicos e a conformidade com padrões sanitários.

     

    Conclusão: Os resultados apresentados indicam que o lodo ativado analisado se apresenta como fonte potencialmente segura de nutrientes para o solo, contribuindo para a gestão sustentável de resíduos. A implementação de práticas sustentáveis no tratamento de resíduos é fundamental para assegurar benefícios ambientais duradouros e promover a transição para uma economia circular.

     

    Fonte financiadora: Unochapecó e Apti Alimentos.

     

    Palavras-chave: lodo, reaproveitamento, biossólidos, caracterização físico-química

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